09 de agosto de 2012 | 6h 21
O Estado de
S.Paulo
Até o fim dos Jogos, serão transmitidas mais de 3 mil horas de competições diferentes, ao vivo
Silvio Barsetti - Enviado
Especial/Londres - O Estado de S. Paulo
LONDRES - O gigantismo dos Jogos inclui
milhares de atletas, patrocinadores com cotas milionárias, instalações modernas
e uma megaoperação para gerar imagens de todos os 304 eventos esportivos da
Olimpíada de Londres. A estrutura de transmissão cresce a cada edição do evento
e se utiliza de novas tecnologias para dar velocidade e qualidade aos serviços.
Este ano, a receita com a venda dos direitos para TV, rádio e internet bateu o
recorde olímpico - chegou a R$ 8 bilhões. Para coordenar tudo isso há uma
complexa rede de operação.Uma área destacada no Parque Olímpico é ocupada pelo International Broadcast Center (IBC), espaço onde está instalada a OBS (Olympic Broadcast Service), a empresa encarregada das transmissões dos Jogos. Ela projeta e faz as instalações de todas as arenas esportivas e atende aos detentores dos direitos - são mais de 200 em Londres. A OBS se juntou à britânica BBC para coordenar a captação de imagem de 21 modalidades e contratou dez emissoras de TV de países diferentes para cuidar de alguns esportes específicos.
Por exemplo, a Fuji, do Japão, é quem transmite as lutas de judô (arte marcial de origem japonesa). Já a sul-coreana SBS ficou com o tae-kwon-do e o tiro com arco (dois esportes com tradição coreana). "Estamos com mais de 200 profissionais em Londres para não deixar passar em branco absolutamente nada dessas duas modalidades", disse ao Estado o superintendente da emissora, Zin Chue.
Ele pretende repetir o trabalho em 2016, no Rio. "Fomos escolhidos pela OBS por causa de nossa excelência. Devemos também seguir para o Rio ainda este ano para conversar com os organizadores locais sobre as instalações do tae-kwon-do e do tiro com arco", contou.
A OBS foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e é muito cobiçada na entidade, exatamente pela quantia que arrecada com os direitos de transmissão. Para montar a estrutura exigida pelas modalidades, observa vários aspectos. Negocia com patrocinadores os locais mais adequados para a colocação das câmeras e também lida com a demanda de energia necessária. Neste caso, trabalha o tempo todo com 100% de carga extra, de geradores, em sincronismo alternado.
Até o fim dos Jogos, no domingo, está prevista a transmissão de mais de três mil horas de competições ao vivo. Uma história que começou em 1936, na Olimpíada de Berlim, quando 160 mil pessoas puderam acompanhar algumas provas, intercaladas por discursos de Adolf Hitler, em salas públicas de TV, em apenas duas cidades alemãs. Naquele ano, foi possível transmitir 138 horas de disputas ao vivo. A desproporção com os números atuais é acentuada. Só a cerimônia de abertura em Londres, por exemplo, foi vista por cerca de quatro bilhões de pessoas em todas as partes do planeta.
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