Revelado no São Caetano, Luiz Miguel jogava na
Alemanha quando sofreu entrada violenta
Pedro
Carvalho -
enviado ao Reino Unido | 19/07/2012 05:55:11 - Atualizada às 19/07/2012
11:42:54
OLIMPÍADAS DE LONDRES 2012
iG
Esportes
O
ex-jogador, do outro lado do balcão: "quando conto, pensam que sou
mentiroso"
O placar
marcava zero a zero. Luiz Miguel, meia-atacante do TSV Torgelower, clube da
segunda divisão do norte da Alemanha, recebeu a bola no meio de campo e se
preparou para partir em velocidade. Era maio de 2009, e a equipe do brasileiro,
revelado nas categorias de base do São Caetano, enfrentava o Greiswald. “Aí veio o
carrinho”, lembra, enquanto recolhe um copo da mesa para colocar na bandeja.
Luiz
Miguel, nome de cantor e sotaque de rapaz simples de São Bernardo (SP), não
esquece o lance. “Ele travou minha perna, eu caí para um lado e ele para o
outro, como um alicate. A ambulância entrou no campo, me levou e meia hora
depois os médicos disseram que eu precisaria ser operado. Tinha quebrado os
dois ossos da canela”, conta. Hoje, aos 24 anos, ele trabalha como garçom no
Sopwell House, tradicionalíssimo hotel ao norte de Londres,
no qual a seleção brasileira está hospedada para disputar
os Jogos
Olímpicos.
A vida de
Luiz daria um filme, mas alguém iria dizer que o roteirista pirou. O jogador
partiu para a Europa em 2006, após jogar um ano nas categorias de base do São Caetano. O papo do agente era que ele ficaria
na Inglaterra, porém surgiram problemas com o visto. Luís foi tentar a sorte em
divisões de acesso de Portugal e da Espanha, onde morava numa bela casa com
piscina, mas recebia com atraso os pagamentos do clube.
Arquivo
pessoal
Luiz
Miguel, quando jogava na Alemanha: 2 mil euros por mês e chance de se destacar
na Europa
Surgiu a
chance de jogar na Alemanha. Quando ingressou no TSV Torgelower, o
jovem ganhava 2 mil euros por mês, além de ter as despesas pagas pelo time.
Estava feliz com a estrutura do clube e a chance de despontar para o futebol
europeu. Então veio o carrinho, a cirurgia, o mês no hospital, os sete
parafusos de platina na perna – além de um maior, que fazia papel do ligamento
do tornozelo – e tudo somado foram nove meses de recuperação. Mas ele não
abandonou o sonho.
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