Estimativa do TCU aponta que somente a construção
dos 12 estádios consumirá R$ 6,7 bilhões
12 de junho de 2012 | 8h 40
Alessandro Lucchetti - estadão.com.br
SÃO PAULO - Nesta terça-feira, a contagem regressiva
aponta dois anos para o jogo de abertura da Copa do Mundo. O Brasil foi confirmado como
sede da Copa de 2014 em 30 de outubro de 2007.
Werther Santana/AE - Arquivo
Itaquerão, palco da abertura do Mundial, receberá
dinheiro público
A última estimativa de gastos, elaborada pelo
Tribunal de Contas da União, para a realização da Copa é de R$ 27,140 bilhões.
Para chegar a essa cifra, o TCU considera financiamentos oferecidos por bancos
federais, investimentos feitos por agentes privados, pelas estatais e pelas
esferas de governo estaduais e municipais.
A mobilidade urbana é responsável pela fatia maior
desse total: R$ 12,004 bilhões. Os aeroportos deverão consumir R$ 7,4 bilhões. Os
12 estádios da Copa custarão R$ 6,778 bilhões.
Segundo balanço divulgado pelo Ministério das
Cidades no final do mês passado, apenas sete das 22 obras de mobilidade urbana
ficarão prontas a tempo de serem utilizadas na Copa das Confederações. O
Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, afirmou que podem ser retiradas da
Matriz de Responsabilidades obras que não tiverem projetos ou não tiverem sido
contratadas até outubro.
Outro balanço, preparado pelo Governo Federal e
divulgado no último dia 23, aponta que, àquela altura, 41% das obras
relacionadas com o evento não haviam sido sequer iniciadas. E apenas 5% estavam
concluídas. Apesar dos atrasos, o governo afirma que o ritmo de execução vai
lhe permitir entregar 83% dos empreendimentos em 2013 e o restante até o mês de
junho de 2014, quando começa a Copa.
O andamento paquidérmico dos trabalhos causou
profundos abalos na relação entre Fifa e Governo Federal. Em março, no ápice da
crise, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, chegou a dizer que o Brasil merecia
“um chute no traseiro” devido aos atrasos.
O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a declarar que o governo não mais receberia Valcke, mas o episódio foi contornado.
O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chegou a declarar que o governo não mais receberia Valcke, mas o episódio foi contornado.
Mesmo com grande atraso, o Governo Federal tratou
de agir. Dois meses depois do episódio do “chute no traseiro”, ele passou a
fazer parte do Comitê Organizador Local. Foi a segunda vez na história das
Copas que o governo entrou no COL. A primeira foi na edição anterior, da África
do Sul.
A medida tornou letra morta uma promessa do ex-presidente
da CBF, Ricardo Teixeira, de que o evento seria
realizado sem a participação do governo. Teixeira renunciou à presidência da
CBF, que ocupou por mais de 23 anos, e à presidência do COL, no meio do
processo. Os dois cargos foram entregues a José Maria Marin. A mudança foi saudada pelo
presidente da Fifa, Joseph Blatter. A falta de interlocução de Teixeira com a
presidente Dilma Rousseff foi um dos principais motivos que levaram à renúncia.
Sem Teixeira, a relação entre Blatter e Governo
Federal melhorou. A Lei Geral da Copa, uma das principais
preocupações da Fifa, foi enfim sancionada na semana passada. Dilma vetou seis
itens do projeto aprovado no Senado, e a comercialização de bebidas alcoólicas
será liberada.
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