19/10/2012 08h00 - Atualizado em 19/10/2012 08h00
Por Gabriele Lomba Rio de Janeiro
Nas Ondas: aos 39, bicampeã mundial aceita desafio de voltar a competir
BODYBOARD
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No fim da década de 90 e início dos anos
2000, a vida de Soraia Rocha se resumia a treino, viagem e competição. Hoje,
aos 39 anos, mãe de dois filhos e esposa de um vereador, se desdobra entre as
responsabilidades da casa e as aulas na faculdade - cursa o sétimo período de
Direito. O relógio está sempre correndo depressa, mas ela não conseguiu
resistir a dois convites. No mês passado, quebrou um longo jejum longe dos
campeonatos e disputou a etapa
de Copacabana do Circuito Mundial. E, agora, será uma das representantes do
bodyboard no Nas Ondas, reality esportivo do Verão
Espetacular.Soraia e Maria Helena Tostes são as duas bodyboarders profissionais na disputa, que terá ainda os surfistas de ondas grandes Pedro Scooby e Felipe Cesarano, o Gordo. Haverá mais dois artistas convidados e quatro internautas - dois surfistas e duas bodyboarders.
Soraia
Rocha compete em Copacabana (Foto: Divulgação / Pedro Monteiro)
Melhor do mundo em 2000 e 2001, Soraia foi
mãe pela primeira vez em 2002, quando deu à luz Leonel. Três anos depois,
nasceu Marina. Nos últimos quatro, se afastou das competições. A falta de
patrocinadores pesou para que ela se dedicasse exclusivamente à rotina de mãe,
esposa - é casada com o vereador Leonel Brizola Neto -, dona de casa e
estudante. Uma rotina nada fácil. Para chegar ao trabalho, enfrenta, todos os
dias, mais de duas horas de trânsito. A válvula de escape é aquela que a lançou
ao estrelado do esporte, tempos atrás.- Hoje, tenho uma vida muita agitada. Estou cursando o sétimo período de Direito, trabalho no centro da cidade e, por isso, dirijo de duas a três horas por dia. Além disso, tenho que cuidar dos meus dois filhos - Marina, de 7 anos, e Leonel, de 10 anos. Fora o meu marido, que me dá um trabalho à parte pois ele é vereador no Rio de Janeiro. Se não bastasse, ainda tenho a minha casa, que dá um trabalho enorme e administro praticamente tudo. Ah, lógico que ainda pego onda pelo menos umas três vezes por semana, que é o que me faz enfrentar o trânsito do Rio de Janeiro - conta.
Daquele tempo em que dominava o Circuito Mundial para a etapa de Copacabana, Soraia viu muita coisa mudar. Tanto no formato das competições quanto no estilo das competidoras.
- O nível das atletas está totalmente diferente. Temos a nova geração, que vem ditando um estilo mais radical. Como destaque, a Isabela Sousa (bicampeã mundial) e Jéssica Becker. Mas com certeza havia um maior número de atletas com alto nível técnico e agora diminuiu um pouco o número de adversárias que disputam o título mundial.
Soraia
está com 39 anos e surfa três vezes por
semana (Foto: Divulgação / Pedro Monteiro)
A Confederação Brasileira de Bodyboard
convidou Soraia para a etapa do Mundial. Ela hesitou um pouco, mas acabou se
lançando no desafio. Terminou na terceira colocação.semana (Foto: Divulgação / Pedro Monteiro)
- Minha autoestima estava baixa em relação às competições, porque já tenho quase 40 anos de idade e achava que eu não daria trabalho algum para as meninas na competição. Tanto é que não ia fazer inscrição no evento. Foi o convite que o Flavio Brito (da Confederação Brasileira de Bodyboard) me concedeu que fez me animar a participar do evento. Mas ainda continuo afastada das competições for falta de patrocínio.
Soraia acompanhou os tempos áureos do bodyboard, e a inclusão do esporte na quarta edição do Nas Ondas foi motivo de alegria.
- O bodyboard está precisando e muito do espaço na TV aberta para o crescimento e estímulo para as novas gerações. A Globo fez crescer o bodyboard na década de 90, com transmissão ao vivo do circuito brasileiro no "Esporte Espetacular" e agora está resgatando o esporte e mostrando que ele só trás benefícios à pessoa, não só fisicamente, mas principalmente o psicológico. Quem pega onda entende muito bem o que estou falando.
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